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  • Foto do escritorBruna Zimmermann

MINHA HISTÓRIA COM A PSICANÁLISE

STATUS ATUAL: PSICANALISTA EM CONSTRUÇÃO.


Minha trajetória na escuta clínica já passa dos 10 anos e ao longo de todo esse tempo, muita coisa foi se transformando. A psicanálise esteve comigo desde o início, tomando cada vez mais espaço, até que finalmente mergulhei de cabeça na formação – e hoje posso dizer que sou uma analista em (eterna) construção.


Nesse percurso apaixonado também tem desafios. A sensação de não saber parece aumentar, paradoxalmente, a cada conhecimento novo. É estranho, mas como ouvi da querida psicanalista Ana Suy em alguma aula: “é cada vez saber mais que sabe menos” (ou algo do tipo). Me aprofundar nos estudos da psicanálise tem sido assim.


Se eu tivesse que resumir a psicanálise em uma só palavra, seria ambivalência. Talvez porque se tivesse que resumir a vida numa única palavra, também seria ambivalência. Tenho percebido como a psicanálise traz a complexidade, justamente por tentar explicar – ou não – a vida (que é inexplicavelmente complexa).


A psicanálise vai na contramão, ela se diferencia de práticas terapêuticas que visam, em primeiro lugar, o bem-estar do paciente. Freud já falava que seu primeiro objetivo não era tirar os sintomas, mas que isso podia acontecer ou não como consequência do trabalho analítico.


No livro de uma professora muito especial que tive, “Reinventar a Vida”, Daniela John concorda dizendo que “o posicionamento ético da psicanálise não se vincula aos imperativos de felicidade e bem-estar impostos pelo lado social contemporâneo”. Esse é, na minha opinião, o mais bonito da psicanálise. A sociedade vai adoecendo de um lado, a psicanálise vai para outro, pois ela não busca adaptar os sujeitos a uma sociedade adoecida.


Fazer análise é para quem sofre, para poder falar e se ouvir, contar e re-contar suas histórias, se contradizer em suas ambivalências e se desconstruir reconstruindo. Tem complexidade maior que a vida? Talvez também seja complexo fazer análise, e por isso, tão incrível.



*Referência utilizada:

Reinventar a vida – Daniela John



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